Está dividida em sete volumes, tem comentários de Nicolau de Lira e inclui um volume adicional contendo as Sentenças de Pedro Lombardo. O texto está em latim, dividido em 2 colunas, com letra da Renascença italiana. As páginas são de velino da melhor qualidade. Originalmente estava encadernada com pesadas guarnições de prata, mas hoje sua capa é de marroquim.
É um dos mais ricos exemplares no seu género, senão o primeiro entre todos, jamais saído das oficinas de iluminação florentinas do Renascimento. Foi legada pelo monarca em testamento ao Mosteiro dos Jerónimos, onde permaneceu até o século XIX.
Durante a invasão napoleónica a obra foi confiscada por Junot e levada para Paris, retornando a Portugal somente graças à intervenção do rei Luís XVIII, que a comprou da viúva do marechal. A Bíblia foi ameaçada novamente quando se dissolveram as Ordens em Portugal, e o tesouro do Mosteiro, incluindo a Bíblia, foi em parte salvo pela coragem de seu depositário Frei Diogo do Espírito Santo, que com risco de vida o fez guardar no Erário Público quando estava em andamento um plano de assalto ao Mosteiro.
Do Erário ela passou para o Banco de Lisboa, e deste para a Casa da Moeda. Em 1883 por fim seus oito volumes, intactos, foram depositados na Torre do Tombo, onde estão até hoje entre os mais preciosos bens ali guardados.














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"A Bertrand Editora convidou o Prof. Doutor Martim Albuquerque a escrever a história desta Bíblia e Monsenhor Arnaldo Pinto Cardoso a reflectir sobre a importância do texto e do seu autor Nicolau de Lyra, numa obra ilustrada pela qualidade das fotografias do italiano Massimo Listri. Surgiu assim em 2004 uma nova coedição da Bertrand Editora com a casa de Franco Maria Ricci, e que constitui excepcional divulgação do património artístico português."
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